O Caminho surgiu a partir da constatação da perda das reais vocação e ação da música e do músico no serviço pastoral, da aferição das necessidades de compreensão e capacitação sobre os conceitos litúrgicos e o conhecimento musical, teórico e prático, para o serviço à liturgia[1].

Considerando a importância[2] e a realidade da música litúrgica em nossas comunidades, e para suprir a falta de conhecimento específica da arte[3] como colaboradora para o pleno alcance do sentido proposto na liturgia[4], são pertinentes a preocupação[5] e o desejo latente de uma formação técnica e espiritual, adequada[6] e contínua.[7]

De semelhante maneira, a percepção de carências que prejudicam a interpretação e a compreensão, adequadas e plenas, dos textos lidos durante a liturgia, pela ausência de preparação para a prática da leitura, provocou a ampliação desse projeto.

Sendo as leituras a própria voz de Deus que nos fala, elementos de suma importância na Eucaristia, é primordial o entendimento de que a prática está além da simples leitura de um texto, tornando essenciais a dedicação, a devoção e o estudo, prévios e contínuos, para  o exercício apropriado do ofício de leitor. 

Através de uma metodologia diferenciada, propomos reflexões sobre conceitos e fundamentações de diversas áreas, cientes da diversidade nas realidades das comunidades, com o objetivo de trazer o contato com textos da Palavra de Deus[8] e documentos da Igreja, provocar a observação, reflexão e ação e, assim, contribuir valorosamente para o serviço do canto nas liturgias, sem deixar de contemplar e exprimir o que é belo e promover a participação[9] da assembleia reunida.

[1]RATZINGER, 2019, p.37

[2]CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II, 1963, §112. A constituição da Sacrossactum Concilium traz o termo indispensável para com a liturgia.

[3]CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL, 1999, §26

[4]CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II, 1963, §5. Glorificação a Deus e santificação dos fiéis.

[5]CONCLUSÕES DA III CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO AMERICANO, 1979, §939

[6]JOÃO PAULO II, Papa, 1999. §2

[7]CONSELHO EPISCOPAL LATINO AMERICANO, 2007, §345. A formação dos leigos se torna importante. Assim, todo trabalho com a reflexão pós conciliar, requer os cuidados orientados pelo documento de Aparecida.

[8]CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II, 1965, §25

[9]CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II, 1963, §14